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ARQUEOLOGIA DAS LUZES NEGRAS - 2022

Após a parceria na produção da Carranca, contínuo parceria com Davi Felicio e Jorge Silvestre e surge arqueologia das luzes negras com o mesmo suporte de PYX-UN.A, um ambiente virtual para visitação.

Desenvolvemos ambientes que foram inspirados em nossa pesquisa durante o LAB do CCBJ de cultura digital e da pesquisa de Daví Felício no LAB de artes visuais do Porto Iracema. A pesquisa tem como documento central de investigação o autos do livro de um cartório de 1779, onde há o julgamento de Rita, mulher escravizada de Icó - minha cidade natal - que estava sendo julgada por envenenar o colonizador com chá de Zabumba. O relato é contado no livro “Os debaixo resistem, formas de resistência dos escravos no Ceará” de Francisco José Pinheiro.

A partir das interpretações e percepções ampliadas desse documento, fomos criando espaços virtuais que desdobravam e ampliaram essa história, re narrando um enredo colonial e encontrado nas curvas da história conflitos, curvas e explosões.

Para esse trabalho pensei uma proposta de 4 ambientes ou salas, ligadas a uma sala principal. Essa sala de entrada trazia informações do projeto, texto curatorial, informações institucionais e uma breve explicação de como o ambiente funciona.

A sala 1 trazia a casa do Barão de Camocim em Fortaleza, tomada por plantas e abandonada, a sala 2 trazia nomes cristãos de pessoas escravizadas no Ceará em espiral, a sala 3 trazia imagens de nossas famílias, a sala 4 trazia uma semente de Zabumba gigante envolvida por documentos coloniais.Para nós esses espaços se conectam em direção a um pensamento possível de futuros e passados que se confrontam no presente através desta ação artística. Nem nos seus maiores pesadelos os colonizadores imaginaram negros e travas criando um ambiente virtual e reeorganizando a história do julgamento de Rita.